ENDOSCOPIA
Enteroscopia Assistida por Balão
Elaborado por Dra Dra Emília Magalhães - CRM/BA 10608
A Vídeo-Enteroscopia Assistida por Balão é um exame no qual o aparelho similar aos demais endoscópios, é introduzido através da boca (via anterógrada) ou do ânus (via retrógrada) para o diagnóstico e tratamento de lesões do intestino delgado. Este exame está indicado nos casos de sangramento visível ou oculto não identificado através da Vídeo-Enteroscopia por Cápsula Endoscópica, nas doenças inflamatórias, neoplasias do intestino delgado, tratamento de lesões vasculares, polipectomias, dilatação de estenoses em delgado, tatuagem pré-operatória de lesões, retirada de corpos estranhos e outras indicações.
O método permite a realização de tratamentos endoscópicos como hemostasia do sangramento, retirada de pólipos ou dilatação de estenoses ( redução da luz do intestino delgado). Este exame também está indicado quando a colonoscopia convencional for incompleta por dificuldade de progressão do aparelho. Nos pacientes submetidos a cirurgias abdominais que modificam o trato digestório como, por exemplo, cirurgia bariátrica, a Video-enteroscopia permite o exame e tratamento endoscópico de lesões localizadas nos segmentos não alcançados através dos endoscópios convencionais.
A Enteroscopia por Balão é um método complementar ao exame de Enteroscopia por Cápsula Endoscópica na investigação de patologias do intestino delgado, tendo como principal vantagem possibilitar abordagens terapêuticas.
O aparelho é similar ao endoscópio ou colonoscópio, sendo mais longo. Ele desliza dentro de um tubo (ovetube) para auxiliar a progressão por todo o intestino delgado. O procedimento é realizado sob sedação, analgesia ou anestesia geral venosa para reduzir o desconforto e dura cerca de 1 – 2 horas.
Nos casos de introdução através do ânus, é necessário o preparo dos cólons através da ingestão por via oral de soluções recomendadas, de modo similar ao preparo para colonoscopia.
Podem ocorrer complicações associadas à sedação ou similar aos demais exames endoscópicos como náuseas, dor, vômito ou sangramento. Nos pacientes com cirurgia abdominal ou ginecológica o exame pode ser mais difícil e/ou mais doloroso.
Pode ocorrer elevação transitória da enzima amilase após o exame. Embora raramente, podem ocorrer complicações como pancreatite aguda ou perfuração. No caso de perfuração, pode ser necessário cirurgia de urgência.
Em alguns casos, o exame pode ser incompleto ou necessitar ser complementado, através de novo exame com preparo do cólon, por via retrógrada.
Enteroscopia por Cápsula Endoscópica
Elaborado por Dra Dra Emília Magalhães - CRM/BA 10608
O exame de Cápsula Endocópica de Intestino Delgado é um procedimento não invasivo e que não precisa de sedação, permitindo a visualização do revestimento interno da porção média do seu aparelho digestivo, que inclui as 3 porções do intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), sem a necessidade de usar qualquer aparelho de endoscopia ou colonoscopia. O paciente ingere um dispositivo do tamanho de um comprimido, chamado de cápsula, que tem lentes e fonte de luz própria e transmite imagens para um pequeno gravador que o paciente carrega consigo durante o exame.
Posteriormente, as imagens são enviadas para um computador, onde são analisadas.
A indicação mais frequente da Cápsula Endoscópica de Intestino Delgado é pesquisar a causa de sangramento proveniente do intestino delgado. Também pode ser útil para detecção de pólipos, doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn), anemia de origem obscura, úlceras e tumores do intestino delgado, diagnóstico e avaliação de Doença Celíaca, além da investigação de dor abdominal e diarréia crônica.
O exame de Cápsula Endoscópica de Delgado é complementar ao procedimento de Enteroscopia por Balão na investigação de doenças entéricas, além de ser útil na definição da rota pela qual será realizada a Enteroscopia por Balão.
Ao corpo do paciente coloca-se aderido um microcomputador e alguns sensores que detectarão por meio de ondas de rádio as imagens provenientes da cápsula a ser ingerida. O paciente ingerirá uma cápsula que possuiu uma câmera potente que tira de 60.000 a 130.000 fotos em 8 a 12 horas ( 02 a 06 fotos por segundo). As imagens são transmitidas e armazenadas no microcomputador para serem posteriormente analisadas por um médico especialista treinado nesse exame.
O exame não deve ser feito em pacientes com diagnóstico e/ou suspeita de perfuração intestinal, obstrução intestinal, em gestantes e crianças menores de 2 anos de idade. As complicações são muito raras, podendo ocorrer a retenção da cápsula no intestino num local de estreitamento já existente e que teoricamente já estaria indicada a cirurgia.
A bateria da cápsula tem meia-vida de 12 horas. Posteriormente, a cápsula estará inativa. A cápsula deverá ser eliminada, de forma natural, junto com as fezes e sem a necessidade de laxativos ou outras medidas. A cápsula não é reaproveitada, é descartável e de uso único.
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- The role of endoscopy in the management of suspected small-bowel bleeding Prepared by: ASGE STANDARDS OF PRACTICE COMMITTEE Suryakanth R. Gurudu, MD, FASGE, David H. Bruining, MD, Ruben D. Acosta, MD, Mohamad A. Eloubeidi, MD, MHS, FASGE, Ashley L. Faulx, MD, FASGE, Mouen A. Khashab, MD, Shivangi Kothari, MD, Jenifer R. Lightdale, MD, MPH, FASGE, NASPGHAN representative, V. Raman Muthusamy, MD, FASGE, Julie Yang, MD, John M. DeWitt, MD, FASGE, Chair. Gastrointestinal Endoscopy Volume 85, No. 1 : 2017.
Fonte: UptoDate
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Informações de acordo com a Resolução CFM 1974/11